O Senado Federal realizou nesta semana, uma audiência pública sobre o Leilão para compra de energia por fontes alternativas, mais especificamente para energia Eólica. Esta energia que pode ser considerada a mais limpa produzida no planeta, tem tido sub-aproveitamento de seu potencial no Brasil, notadamente na Região Nordeste, berço natural para esta iniciativa, com excelentes áreas para instalação e operação de geradores desta energia.
A audiência serviu para marcar o primeiro grande passo, rumo a instalação de um parque eólico no Brasil, com grande consistência e atrativas taxas de retorno para os seus investidores. Até o presente momento a capacidade instalada no país, não passa de 1% do potencial mensurado, sendo que com esta iniciativa de compra em leilão específico, pretende-se ampliar de forma significativa, pulando para mais de 5% da matriz energética em apenas 10 anos.
A se concretizar e consolidar esta iniciativa, teremos que buscar o equilibrio necessário, entre a implantação dos aero-geradores dos parques eólicos, com a preservação ambiental, pois em alguns casos existem conflitos e agressões aos ecossistemas que com planejamento e boa vontade podem e devem ser equacionados e em alguns casos eliminados.
Os nossos senadores, em especial, o Senador Casagrande e a Senadora Ideli Salvati, tem tido uma participação exemplar e responsável neste processo, pois as comissões de que fazem parte ativamente, destacando-se a de Mudanças Climáticas, vem desempenhando importante papel na preservação da nossa espécie, contribuindo para uma conscientização do público em geral e mais ainda, vendo de forma realista o lado dos investidores.
Por outro lado precisamos nos preocupar também com outras questões entre as quais podemos elencar:
1. Os investimentos que são feitos nestas áreas, normalmente litorâneas, alteram de forma substâncial a paisagem e o clima do seu entorno. Como equacionar esta realidade com a de subrevivência de destinos turísticos e suas implicações sociais nestas regiões???
2. Enquanto são realizadas as obras de engenharia e construção civil, existe uma certa absorção de mão de obra, quase nunca da região de sua implantação: Se há um grande ganho, deveria haver também uma distribuição de uma parte deste ganho entre as comunidades envolvidas, em forma de Participação, talvez???
3. Em havendo um real desenvolvimento deverá haver agregadamente, à este um investimento social, visando capacitação, educação e saúde entre outros serviços para as comunidades envolvidas.
Entre tantas e tantas questões que podem e devem ser levantadas nas audiências públicas, sugiro ainda mais uma que poderá contemplar de forma ampla os questionamentos todos:
Que antes de ser concedida qualquer aprovação para instalação e/ou operação, que haja uma consulta pública a ser realizada pelos órgãos ambientais e sociais que tenha caráter decisório no processo e fiscalizador durante sua implantação e operação.
+de+DSC00012.JPG)
